terça-feira, 5 de outubro de 2010

Ah... O maldito amor.


4 de outubro de 2010

Hoje foi um dia especial, mantive minhas rotinas, mas sabia que quando chegasse em casa você estaria me esperando.

Fui ao depósito, depois fui ao mercado compra temperos. Na fila do mercado não conseguia parar de pensar no que você estava fazendo em casa.

Cheguei em casa, fui guardar as coisas que tinha comprado, cortava o cheiro verde, e escuta você me chamar. Mantive o foco, foi difícil mais consegui, cortei o cheiro verde e guardei no freezer, depois cortei o pimentão, o bacon, etc.

A ansiedade foi aumentado, e não conseguia mais resistir, você gritava, implorava por mim.

Lavei as mãos, e entrei no meu quarto, e lá estava você. Na busca frenética pelo prazer destruímos o meu quarto, você corria, gritava implorando para que eu parasse, brincava de esconde-esconde entrava

debaixo do guarda-roupas e ia para debaixo do criado mudo, na minha cabeça só uma missão “te matar sua maldita”

Flash back

Estava atrasado pra federal, sentado no sofá conversando com a minha mãe sobre politica, vejo uma coisa se mexendo no corredor, quando eu olho de novo, um rato, porém prefiro acreditar que era uma fêmea, estava atrasado e quando ela me fazia de besta quando eu ia pro guarda roupa ela corria para o criado mudo, quando eu ia para o criado mudo ela ia para o guarda roupa, ai tive a brilhante ideia de fechar a porta do quarto e ir pra federal.

O cheiro no quarto era insuportável, o quarto tinha o doce cheiro de urina, isso mesmo urina, e toda vez que eu sentia aquele cheiro, mas eu queria te matar.

Mais de 3 anos morando aqui e nunca tinha visto nada igual, nunca um rato tinha entrado aqui.

Eu te peço perdão por ter te trancado lá, eu queria ter uma noite especial com você, e eu sabia que no meu quarto você não tinha muito pra onde ir. E nem onde se esconder.

Com a ajuda do namorado da minha mãe, eu te procurava e via o caos que estava no meu quarto.

Você urinou no meu cobertor e na minha cama, entrou na minha gaveta de cuecas e meias, subiu na minha mesa, defecou na minha prateleira, quebrou o meu pendulo de Newton e o meu samurai, roeu a porta do meu quarto (sei que estava ansiosa, mas não precisa tanto).

Não podia deixar você sobreviver, não depois de você acabar com o meu dia. Não depois de você quebrar tudo. Não depois de você rasgar o meu mapa.

Eu a vi, meu coração estava disparado, sim era amor (eu acho), ó sentimento mais belo, em meu peito uma vontade louca de te matar (amar é isso, não é?), você saiu da minha gaveta de cuecas, subiu na minha prateleira, subiu em cima do meu gabinete, foi até a janela e se escondeu no trilho das venezianas.

Tive que tomar a decisão mais triste e cruel da minha vida...

Deixar você partir...

Com VIDA.

Abri a veneziana, e fechei um vidro e em um salto para a felicidade você pulou, infelizmente não morreu na queda, saiu correndo procurando um abrigo.

Fique tranquila sua maldita, nunca esquecerei o rombo que você fez em minha porta, nem o colchão que terei que jogar fora, muito menos o samurai que ganhei da minha mãe, também não esquecerei o meu pendulo de Newton e muito menos me esquecerei de você, pois esse sim foi amor verdadeiro.

Fica a dica, mude de país se possível, pois irei te encontrar e nesse dia eu vou te matar sua MALDITA.

Do seu grande amor, Stewart Mendes

3 comentários:

  1. É o amor, mesmo depois de tudo que ela(ele) fez você deixou partir.
    Ainda bem que você não foi injusto ele era apenas um desesperado procurando por sua familia, porque você não adotou?

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  2. Tu és um discípulo da Clarice Lispector!
    Fantástico texto...viajei e nem sai do lugar!kkkkkkkk perfeito!^^

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  3. MANO O TEXTO É FANTASTICO ... MUITO BOM ADOREI STEWART

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